Insolação: o que causa e quais são os cuidados para evitá-la

Exposição excessiva ao sol gera danos à saúde e pode levar a complicações fatais. Saiba como tratar e prevenir

Dias ensolarados são o paraíso para quem curte praia, parque, natureza ou esportes ao ar livre. Mas o excesso de exposição ao sol pode causar insolação, um quadro perigoso. A insolação é uma espécie de falha provocada pelo calor intenso e pela absorção da radiação solar, que aquece rapidamente o corpo e atrapalha os mecanismos de ajuste da temperatura interna, como a transpiração.

Nessa situação, o organismo não consegue se resfriar e, assim, perde muito líquido e sais minerais importantes para seu funcionamento. Se não houver atendimento médico, há risco de danos em órgãos vitais e de morte. O perigo é maior entre 10h e 16h, quando há maior incidência de raios UVA e UVB e quando as regiões de cabeça e pescoço estão expostas.

Sintomas de insolação

“Esse é um problema que começa na pele e atinge todo o corpo de forma sistêmica”, resume a médica dermatologista Lília Guadanhim, professora colaboradora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

A pane acontece de forma progressiva e geralmente vem associada a queimaduras na pele. Entre os principais sinais, estão:

Dor de cabeça

Tontura

Sensação de pele seca e quente (sem suor)

Cansaço intenso

Febre

Mialgia (dor muscular)

Alterações visuais

Mal estar generalizado

Em casos graves, a insolação pode levar a vômitos, taquicardia, confusão mental, dificuldade para respirar e perda da consciência. É importante que o problema seja detectado logo e a pessoa saia do sol e seja cuidada. A incidência de insolação é maior no verão, quando os dias são mais longos e as pessoas se expõem mais.

Todo mundo pode ter?

Sim, mas há pessoas em maior risco. A sensibilidade da pele e a origem da pessoa — se ela vem de um lugar quente, por exemplo — influenciam no aparecimento do problema.

“Pessoas com o fototipo de pele baixo, ou seja, que têm a pele, cabelo e olhos claros, além da presença de sardas, são especialmente sensíveis ao sol, tendo mais chance de sofrer com isso”, acrescenta a médica.

Tomar poucos líquidos, exagerar no álcool e na cafeína, além de fazer uso de certos medicamentos são outros fatores que elevam o risco do problema, segundo o Ministério da Saúde.

Ela também chama a atenção para o cuidado com crianças e idosos, de qualquer etnia, que, por natureza, já possuem uma pele mais frágil e suscetível às mazelas do sol. Além deles, portadores de doenças crônicas, como o diabetes, estão mais sujeitos às complicações perigosas da insolação.

Como tratar as queimaduras solares?

Geralmente as queimaduras solares são de primeiro grau, causando vermelhidão e ardência; ou segundo grau, podendo gerar edemas e bolhas.

Hidratar bastante a pele é essencial para cuidar das queimaduras. “Uma dica é colocar o hidratante na geladeira, pois o frescor possui uma atividade anti-inflamatória que ajuda a aliviar”, recomenda Lilia.

Em casos de queimadura de segundo grau, medicamentos anti-inflamatórios podem ajudar, assim como cremes para queimadura com antibióticos na formulação. É preciso buscar auxílio médico para o melhor tratamento.

E como cuidar dos outros sintomas da insolação?

Sair do sol imediatamente e beber bastante água gelada são as recomendações imediatas. O ideal é remover roupas quentes ou justas e o máximo possível das vestimentas. O resfriamento do corpo deve ser feito de forma gradual, como borrifando água fria pelo corpo e aplicando compressas de água fria.

Qual a melhor forma de prevenir?

As recomendações gerais básicas, feitas de forma correta, são mais que suficientes:

Não se expor diretamente ao sol entre 10h e 16h

Não passar longos períodos expostos, alternar com sombra ou lugares fechados

Usar protetor solar na quantidade certa e reaplicar de 2 em 2 horas (principalmente se estiver exposto)

Usar chapéu e roupas com proteção UV

Beber bastante água (2 litros por dia) ainda mais nos dias de sol.

“Todo mundo conhece as recomendações, mas nem todos cumprem. A do protetor solar principalmente: não adianta passar pouco, não protege”, alerta a dermatologista.

Fonte: Saúde Abril