A neurociência da criatividade

Neurocientista defende que todos somos criativos. E elenca quatro conselhos para desenvolver nossas habilidades

O que é ser criativo? Pode parecer óbvio, mas não é. Ser criativo é fazer algo novo ou fazer algo comum de um jeito novo. Ou seja, a criatividade envolve duas coisas: novidade e utilidade.

Mas você deve estar se perguntando: “Tá, o que isso tem a ver comigo?”. Nossa espécie é criativa por natureza. Muito provavelmente foi graças à criatividade que dominamos o planeta: somos extremamente adaptáveis, isto é, colocamos sempre em prática pelo menos a utilidade.

Isso não quer dizer que os outros animais não são criativos. Sua criatividade só não é tão comparável à nossa, que parece ter aumentado muito desde que nossos ancestrais passaram a manipular o fogo. Com ele, nossas refeições se tonaram mais fáceis de mastigar e, portanto, mais curtas. Assim, nossos antepassados passaram a ter tempo para gastar com outras coisas, incluindo pensar e inventar.

Por isso você é criativo: no mínimo, cria maneiras próprias de realizar tarefas cotidianas e busca soluções para os problemas que encontra.

Um estudo recente mostra que pessoas que não são os autores iniciais de uma ideia não se percebem criativas. Somos obcecados em ser o número 1. Mas não é bem assim! Identificar e valorizar sua criatividade é fundamental para o desenvolvimento pessoal e a felicidade.

E existem formas, baseadas em ciência, de cultivar isso em seu favor.

4 conselhos em prol da sua criatividade:

- Explore sem medo de esquecer

- Valorize o sono e a soneca

- Incorpore a diversidade e também a adversidade

- Mantenha sua mente livre, mas sem perder o foco

Talvez você ainda se pergunte se algumas pessoas realmente foram sorteadas com uma cartada genética e, por isso, são mais criativas. Alguns estudos sugerem que a criatividade de pessoas com depressão, esquizofrenia, sinestesia, transtorno bipolar, entre outras condições, possa, de fato, ter um componente genético. Porém, como vimos, essa característica está presente, em alguma medida, em todos os membros da nossa espécie. Ela não exige um cérebro anômalo ou acima da média, mas, sim, estimulação. Porque não existe mente criativa, e, sim, estado mental criativo. Então, exercite sua criatividade!

Fonte: Saúde Abril