Abuso no consumo de alimentos ultraprocessados afeta a cognição

Quando esse tipo de produto representa mais de 20% do total calórico da dieta, sobe o risco de declínio cognitivo, o que inclui prejuízos à memória

Não é de hoje que os alimentos ultraprocessados são considerados inimigos da saúde. Sabe-se que exagerar nesses produtos, que são ricos em açúcar, gorduras, sódio e muitos aditivos, faz aumentar o risco de doenças crônicas em geral.

Mas, recentemente, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) se debruçaram sobre os danos ao cérebro. Para isso, eles analisaram dados de 11 mil brasileiros, que foram acompanhados por oito anos.

A conclusão: quando mais de 20% do total energético da alimentação vem desses itens (ou seja, mais de 400 calorias em uma dieta de 2 mil calorias), sobe o risco de declínio cognitivo. O estudo foi publicado no jornal científico Jama Neurology.

Comidas prontas e congeladas, macarrão instantâneo, pão de forma, iogurtes com sabor, embutidos, sorvetes e chocolates foram alguns dos alimentos mais citados pelos participantes, segundo Natália Gomes Gonçalves, autora do estudo e pesquisadora do Laboratório de Patologia Cardiovascular do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

A pesquisa incluiu homens e mulheres entre 35 e 74 anos, sendo que a geração da meia-idade se mostrou a mais afetada por esse mau hábito.

Pessoas com até 59 anos estão em um momento da vida em que é preciso investir em prevenção. É importante tentar corrigir hábitos a tempo de evitar o surgimento de doenças crônicas

Como identificar os alimentos ultraprocessados

Antes de fazer a lista do supermercado, é importante entender o que são os alimentos ultraprocessados.

Esses produtos são ricos em sal, açúcar, gorduras e diversos aditivos, que têm funções como fazê-los durar mais, além de dar um aspecto mais interessante em termos de cor, sabor e textura. Em geral, eles levam cinco ou mais ingredientes.

Uma das dicas para evitá-los é olhar o rótulo. Observe que, quanto maior a lista de ingredientes, cresce também a possibilidade de o produto ter mais aditivos.

Fonte: Saúde Abril