Bem-estar na empresa é tão essencial quanto o salário, mostra pesquisa

Levantamento reforça que empresas precisam considerar a saúde física e mental dos funcionários

Uma pesquisa global que ouviu 9 mil trabalhadores em nove países constatou que o bem-estar é pré-requisito para fazer parte ou se manter em uma empresa. O levantamento foi feito pela Gympass, especializada em soluções de bem-estar corporativo.

Para ter ideia, 83% dos entrevistados relataram que o bem-estar é um pilar tão relevante quanto a renda mensal. “O salário é muito importante, e o fato das pessoas quase o igualarem à qualidade de vida foi surpreendente”, comenta Priscila Siqueira, líder do Gympass no Brasil. Foram ouvidas pessoas de todos os gêneros, idades e posições sociais.

Depois do salário, os benefícios relacionados ao bem-estar são o segundo item mais relevante ao considerar uma vaga de trabalho. Inclusive, 75% dos participantes só cogitam mudar de emprego se surgir oportunidade em uma empresa que valorize esse tema.

Para Priscila, a pandemia do coronavírus evidenciou essa necessidade e colocou à prova como as empresas cuidam da saúde de seus empregados.

Segundo o estudo, pouca gente se diz feliz no momento. Dos entrevistados, 60% sentem-se desconectados do trabalho, e 48% relataram que esse sentimento piorou ao longo deste ano.

A visão brasileira

A pesquisa ouviu trabalhadores dos Estados Unidos, Reino Unido, Brasil, México, Argentina, Chile, Espanha, Alemanha e Itália.

Por aqui, as opiniões são semelhantes às coletadas em outras nações. Os brasileiros também colocam o bem-estar como um fator equivalente ao salário, mas reclamam menos do momento atual. Apenas 22% afirmam estarem infelizes com a sua ocupação hoje.

Vale destacar que 29% não acreditam na preocupação legítima da empresa com o tema do bem-estar. “Nem toda companhia entendeu que funcionários felizes e saudáveis são mais produtivos. Quem faz atividade física regularmente, por exemplo, apresenta mais chance de ter um melhor desempenho no trabalho”, pontua Priscila.

Não à toa, o burnout entrou para lista oficial da OMS. Esse é o nome da síndrome que define um quadro de estresse crônico por causa do trabalho.

A exaustão e a preocupação constante, sintomas relacionados a essa síndrome, foram os mais relatados por brasileiros em uma outra pesquisa feita no início deste ano, desta vez pela ZenKlub, empresa que oferece soluções corporativas de bem-estar.

Mais da metade (54%) revelou que já sofreu algum transtorno de saúde mental, e 63% afirmaram não ter recebido apoio da liderança para lidar com isso.

Fonte: Saúde Abril